Portenha?

Eu já contei ( no início do blog) que estava fazendo um curso de espanhol para estrangeiros na Universidade de Buenos Aires. Agora, dois períodos depois e quase um ano de estudos chegou a hora de dizer que estou me sentindo '' casi una porteña". A prova está aí. São dois certificados de aprovação nos períodos cursados. Nesse último eu estive melhor e aprovei com nota 9 ( na escrita e na oral).

Volto a estudar no ano que vem para os dois períodos finais.

Estou orgulhosa da minha dedicação e empenho.

Natal em Buenos Aires...

Eu estava esperando chegar mais pertinho do Natal para contar como a cidade se prepara para a data. Confesso que estou decepcionada ou então mal acostumada com as milhares de luzinhas que enfeitam esta época do ano todo o Brasil.

Aqui elas são tímidas. Os prédios não ganham a iluminação feérica e criativa a que nos acostumamos a ver por aí. Até cheguei a pensar que é por causa da crise energética mas não teve nenhuma campanha do governo sobre isso nas tvs ou nos jornais.

Todos ainda lembram da nossa crise em 2001 quando tivemos um Natal quase que às escuras, né?

Pois bem... não identifiquei ainda o que acontece por aqui. As principais avenidas (9 de julho, Libertador) ganharam enfeites( pobrinhos) nos postes ( feitos com aquelas mangueiras iluminadas), todos de uma única cor. Em alguns pontos das avenidas a gente encontra árvores montadas nos canteiros( e que se iluminam à noite) mas também não é nada extraordinário.

Nas vitrines das grifes mais caras e famosas da Recoleta e nos hotéis luxuosos a decoração também não impressiona. É possível encontrar um ou outro sinal de Natal nas portarias dos prédios. Acho que os pinheirinhos iluminados ajudam a diminuir a solidão dos porteiros.

O toque diferente nesse cenário é da TN (uma das tvs a cabo daqui) que colocou na bancada, entre os apresentadores, um enorme pinheiro verde decorado com enfeites prateados.

Eu gosto. Acho simpático e dá uma humanizada no noticiário algumas vezes tão sério.

Confere e vê se você concorda comigo.

Ah, na semana que vem chego ao Rio de Janeiro a tempo de ver as luzinhas nos prédios e a árvore da Lagoa . Muitas vezes eu praguejei contra ela por causa do caos que provoca no trânsito já que moro ali perto mas agora tenho certeza que ela é a coisa mais lindaaaaaa do mundo.

Eu estava por lá...

Para nós jornalistas o importante é estar participando ou contando a história . Vivemos para isso. Na semana passada participei de um capítulo da história argentina. A posse da nova presidente do país, Cristina Kirchner.

Não sou fã de carteirinha dela mas não dá para negar que é emocionante uma mulher assumir o governo do seu país e ainda mais das mãos do marido. A festa no Congresso foi simples e bonita e contou com a presença da família, dos ministros, presidentes, representantes diplomáticos, figuras conhecidas da história argentina ( como as Mães da Praça de Maio). A festa dos fotógrafos foi quando chegou o Presidente Lula porque começou um intenso beija-mão. É incrível como o Lula é sempre destaque nessas cerimônias internacionais. É citado sempre primeiro ou por último nos discursos.Sempre citado.

Uma curiosidade: a guarda presidencial que até então era feita por homens agora é feita por mulheres que representam a marinha, o exército e a aeronaútica. Aqui elas são chamadas de

" edecanas" e seguem a presidente para todos os lados.

No dia da posse uma delas ficou o tempo todo atras da presidenta.

Na Casa Rosada elas se revezam nas atividades!

Delícias na vizinhança...

Eu nem sou tão fã de doces mas devo confessar que é impossível passar na rua da Boutique Traiteur La Bourgogne, do Hotel Alvear e sair de mãos abanando. A tortinha de morangos e arandalos é de comer rezando e a de maçã é escandalosamente grande e deliciosa.
O perigo é que o local fica a menos de uma quadra aqui de casa e a tentação é provar todas as suas delícias.
Se você vier a Buenos Aires pode procurar a calle Ayacucho ( lateral do hotel numa portinha bem discreta), comprar uma delícia e comer numas das praças da Recoleta. Um excelente programa !!!

Feliz Navidad...

Vamos passar o Natal no Brasil mas não resisti aos enfeites natalinos que estão invandindo as lojas da cidade e improvisei uma árvore estilizada e trouxe um convidado para a porta da casa.
Um feliz Natal a todos !!!

Moda em palavras...

Mudança de estação e as revistas se enchem de dicas de novas tendências, cores, modelos e etc..
Para ficar bem atual tem que entender o que significa ,em castelhano, algumas palavrinhas dos produtos que certamente serão consumidos. Aprendi a identificar e pedir nas lojas coisas que para a gente tem significados tão diferentes.
Aí vai a listinha que pode ajudar a quem está de passagem comprada por estas bandas e vai cair nas compras.

1 - ojotas - entram na lista as nossas famosas havaianas e qualquer outra sandália rasteira ( principalmente as plásticas).

2 - moño - essa é complicada porque sem o til no N pode significar macaco mas com o til é laço. então é assim: vestido com moño ( laço).

3 - charol - verniz . essa tá super na moda para identificar bolsas e sapatos.

4 - chatas ou ballerinas - sempre os sapatos na minha lista. é o mesmo que sapatilhas baixinhas. elas também chamam aqui de chatitas.

5 - chupín - esse eu aprendi logo porque também descobri que jamais entrarei em um jeans chupín vendido aqui. são as nossas calças muito, muito ajustadas. o maior número aqui não entra na minha panturrilha..

6 - musculosa - esse eu adoro pela pronúncia( tem um som de erre no meio)..é a nossa camiseta decotada , bem cavada, de alças.

7 - falda - essa é mais conhecida. é a saia.

8 - strapless - aqui eles não traduziram. é o nosso "tomara que caia" que em inglês significa "sem alça".

9- sobre - também é palavrinha da moda atual..é a carteira tipo um envelope. a palavra também é usada para os envelopes que usamos para correspondências.

As boas e as nem tão boas...

Depois de oito meses aqui já me sinto confortável para listar as coisas que mais gosto e as que não gosto em Buenos Aires.


O QUE GOSTO:


* o serviço de delivery -funciona para tudo (restaurante, supermercado, lavanderia, entrega de documentos) e sem burocracia. na primera vez você se cadastra com o número do telefone e pronto. eles acham o seu endereço pelo telefone. e daí em diante é só dizer o número. não sei com vocês mas minha experiência no Rio com esse tipo de serviço nunca foi das melhores. alguns lugares te pedem uma lista enorme de dados pessoais. será por segurança?



* as portas dos prédios - principalmente aqui na Recoleta elas são lindas e brilham muito..falo das portas de metal dourado dos prédios mais antigos que estão sempre impecáveis. me pergunto quanto a administração dos prédios gasta com os produtos para lustrar. já percebi que nos supermercados a variedade é grande.



* criatividade dos designers - é incrível a quantidade de jovens que estudam desenho e estão sempre mostrando sua capacidade inventiva e seus produtos ( você pode gostar ou não) nas ruas, feiras, mercados, lojas da cidade. muitos chegam do interior do país para tentar a sorte aqui.



* facilidade nos serviços - estou falando de sistema que facilita a vida consumidor nas lojas ou nos serviços. você entra no lugar e a prmera coisa que pega é um número e espera para ser atendido (que no Rio eu só conheço na CEF, nos correios e em alguns setores nos supermercados). agiliza e não estressa.
e é curioso porque tem até um mercado para esse papelzinho que é jogado fora pelas lojas. na praça de maio tem gente que vende artesanato feito com esse papel e também com o bilhete do metrô que é descartado.



* internet - em praticamente qualquer lugar da cidade você encontra um ponto de WIFI. tem locais do que Rio e São Paulo juntos. é muito agradável sentar em uma mesa de café ao ar livre na Recoleta e poder navegar . e se você não tem um laptop não tem porque se preocupar porque aqui é impossível não se comunicar. em cada esquina tem um locutório ( pequenas lojinhas ) onde é possível acessar a internet e também falar no telefone ( aliás, as ligações internacionais neles são muito mais baratas do que nos hotéis).



* sanduíche de miga - algumas pessoas o conhecem (fatias fininhas de pão de forma com recheio variado). os melhores para mim são os de pão preto que são vendidos na padaria aqui na minha esquina mas é possível encontra-lo em qualquer padaria ou café da cidade.



* cinema com lugar marcado - a maioria deles tem e é um luxo você comprar pela internet e ainda escolher o lugar onde quer sentar. já temos os nossos preferidos.



* bairro chinês - aqui é pequeno ( acho que umas quatro ruas ) e fica em Belgrano. o legal é que nos supermercados além da variedade de produtos chineses que nunca tem tradução (se pode comprar no escuro e experimentar) a gente encontra frutas brasileiras como maracujá, manga, goiaba e limão.



O QUE NÃO GOSTO :



* cocô de cachorro - recente pesquisa apontou que Buenos Aires tem um cachorro para cada 4 habitantes. e aqui eles passeiam muito pelas ruas e praças e poucos donos tem o hábito de levar um saquinho para recolher o cocô que o cão faz pelas calçadas e gramas dos parques. o negócio é caminhar desviando do que tem pela frente. é irritante e perigoso andar olhando sempre para baixo..

* segurança nas lojas - me incomoda e muito a quantidade de segurança que os shoppings e as lojas tem para verificar sua bolsa ou então lacrar ou guardar as sacolas que você tem nas mãos. eu não conheço nenhuma estatística sobre quantidade de roubos em lojas,farmácias ou shoppings mas as vezes acho exagero todo esse controle.

* buscador de táxi - nós temos os flanelinhas e aqui tem o "buscador de táxi"que são homens, mulheres e algumas vezes crianças que nas avenidas mais movimentadas do centro da cidade, na porta do shopping ou do supermercado onde tem ponto de táxi fazem o sinal para o táxi e abrem a porta para você entrar esperando em troca uma moeda. e se você não tem e não dá eles fazem cara feia..em alguns pontos fixos os motoristas também alimentam esses "buscadores"com moedinhas.

* espaçosos - todo mundo sabe que é muito difícil caminhar no centro da cidade principalmente na hora do almoço pela quantidade de gente e é aí que entra um comportamento portenho que me irrita bastante. nas calçadas estreitas onde você tem que disputar espaço é habitual você ter também que driblar gente que para para conversar, fumar e muitas vezes te obriga a mudar de calçada ou caminhar na rua..

* no trânsito - o comportamento do motorista no trânsito aqui merece um estudo..é impressionate a impaciência deles para dirigir. a mão está quase sempre na buzina e ceder a passagem para outro carro nem pensar. para a gente que é pedestre o risco é maior porque alguns sinais podem estar abertos para eles e para a gente também e aí você tem que estar atento para disputar ( embora a prioridade seja sua) o espaço com o carro.dá sempre a impressão de que alguns motoristas gostariam de passar em cima de alguns pedestres.

* compras - a minha experiência em ser atendida nas lojas não é boa..é impressionante a má vontade e a falta de atenção das vendedoras..é quase que preciso implorar para ser atendida. primeiro eu achei que era uma coisa só comigo mas uma amiga portenha me contou que já aconteceu inúmeras vezes com ela. me explicaram que é porque elas não ganham comissão em cima das vendas. será???

* cigarro no táxi - quando você percebe que pegou o táxi e o motorista tá fumando pode ser tarde demais porque ele nunca vai apagar e também não vai te perguntar se o fumo está incomodando. e ainda são capazes de artifícios variados para esconder que estão fumando. eu já entrei em táxi que o motorista escondia o cigarro acesso na borracha da porta e ia fumando disfarçadamente.. quando a temperatura tá melhor você pode abrir a janela e deixar o vento entrar mas no inverno isso é impossível.

* narração de futebol - esse é um caso que primeiro pensei em não citar mas é não resisti até porque acabei de assistir o jogo do Brasil x Peru ( pelas eliminatórias) com narração argentina. não é uma boa experiência principalmente quando você entende o que eles falam e pode te tirar do sério. e isso não acontece só em jogo da seleção brasileira. pode ser qualquer time contra outro time mesmo que não seja argentino. eles torcem descaradamente para os adversários, desmerecem os nossos jogadores e muitas vezes os juízes os acusando de sempre facilitar as coisas para o Brasil. dureza para eles é admitir o encanto por um ou outro drible do Robinho ou um daqueles gols fenomenais do Kaká. mas quase sempre não disfarçam que gostam é que o Brasil se dê mal. deviam lembrar que do outro lado da telinha pode ter um brasileiro assistindo a partida e entendendo o que eles falam..

Tudo lilás...

Os jacarandás

são as árvores típicas de Buenos Aires e em toda primavera as principais avenidas , ruas, parques e praças da cidade ficam coloridas de lilás ( alguns gostam de dizer que são azuis).

Um pouquinho de história: nos finais do século dezenove ( entre 1890 e 1930) o jacarandá foi escolhido para reflorestar a cidade. São originárias das selvas úmidas do norte argentino.

O jacarandá que você vê nas fotos está no pulmão verde que fica no meu prédio e para nossa sorte seus galhos praticamente invadem as janelas do escritório, do meu quarto e do banheiro.

A floração tem seu auge no mês de novembro e é um prazer abrir as janelas e dar de cara com a beleza de suas flores.

Curvas e emoção...

No domingo, final da nossa viagem decidimos voltar para Mendoza pelo outro lado da estrada para conhecer as Termas de Villavicencio.

Se você já veio a Buenos Aires já deve ter bebido a água Villavicencio a mais servida nos cafés e restaurantes da Argentina. Pois bem. Os mananciais ficam numa espetacular área montanhosa perto de Mendoza . Nos meados do século XX foi construído um centro de banhos termais no Grande Hotel Villavicencio e o local era frequentado pela elite argentina.

Desde o final da década de setenta (1978) o hotel está fechado embora já tenha recebido inúmeras promessas de reabertura. A sede do hotel permanece lá e a área do parque e jardins estão muito bem conservados.

Mas para chegar a Villavicencio desde Uspallata você tem que fazer uma viagem de coragem. A estrada ( praticamente toda de terra) nos leva a uma panorâmica, assustadora e serpenteante serra com curvas que não estão no mapa. De um lado o precipício e do outro o risco do deslizamento de pedras. Apesar do risco a viagem e um espetáculo para os olhos.

A primavera colore a montanha árida com seus cactos que mais parecem jarras de flores. Ao chegar a Villavicencio com a garganta seca da emoção da viagem a gente pode beber a água mineral que vem direto da fonte que fica bem no jardim do hotel.

Eu particularmente acho a água Villavicencio um pouco mais salgada do que as outras mas não se pode dizer que o local( 70 mil hectares) onde ficam suas nascentes declarado Reserva Natural pelo governo de Mendoza não seja um passeio imperdível.

Andinistas...

Bem pertinho de Ponte del Inca fica o pequeno cemitério dos Andinistas, um cemitério para os escaladores que morreram no Aconcagua.

É uma espécie de aviso sobre os perigos de escalar as estonteantes montanhas. É um local simples mas que carrega muita emoção nos detalhes como fotos, lembranças e objetos deixados por alpinistas que morreram naquela imensidão tão linda e gelada. No pequeno espaço encontramos registro de alpinistas que tentaram alcançar o teto das américas em 1928 e nunca voltaram.

Impossível não lembrar de tantos brasileiros que se aventuraram na montanha e que nunca voltaram como Mozart, Othon ,Alexandre, Eduardo...

Chegando ao Chile...

O final do caminho das montanhas nos levou a Las Cuevas e Cristo Redentor ,o famoso monumento que fica a quase 4 mil metros de altitude sobre o nível do mar ,na fronteira entre a Argentina e o Chile.A idéia era fazer o passeio até o Cristo mas a neve dos últimos dias ( isso mesmo nevou em novembro) fechou o percurso. Nos restou almoçar no único e simpático restaurante "Arco de las Cuevas" onde, na verdade, param para comer todos os turistas e caminhoneiros que cruzam a fronteira. Comemos a melhor salada, purê de batata e carne ao vinho do mundo. O que não faz o frio e a fome!!!

Melhores atrações (2)...

Pertinho de Ponte del Inca está o Parque Provincial do Aconcagua onde fica o pico do Aconcagua também chamado de teto das Américas com seus 6.962 metros de altura.

O parque tem 71 mil hectares de áreas selvagens. Mesmo com o dia claro as nuvens insistiam em esconder o cume.

Devo confessar que é uma paisagem que tem um forte atração e magnetismo o que de certa forma explica a vontade e disposição de tantos alpinistas que tentam ( e nem sempre conseguem) chegar ao topo. São várias as maneiras de chegar mais perto do mirante para apreciar o Aconcagua mais de frente (nem tão perto).

Da estrada é preciso caminhar e ter fôlego porque na altitude (2.850 m) o ar falta e o vento é forte e gelado. Bem protegidos nos aventuramos nesse e em outro percurso que existe a partir da Lagoa dos Horcones onde fica uma base do Parque com guardas e caminho sinalizado.

Valeu a pena a falta do ar , o esforço e a poeira porque o cenário é perfeito.

Melhores atrações (1)

O ideal é sair bem cedinho de Uspallata(foi o que fizemos) para explorar a região das montanhas mais altas. Isso significa encontrar pelo caminho paisagens de perder a respiração. A estrada está em muito bom estado e com excelente sinalização. O trânsito de caminhões pesados é intenso por conta da proximidade com a fronteira chilena (250 km). Mas isso não atrapalha embora seja bom ter um pouco mais de atenção.

A primeira parada é Ponte del Inca . O dia estava lindo com céu azul e sol mas o vento era cortante e jogava a temperatura lá pra baixo..

Ponte del Inca é considerada uma das maravilhas naturais mais deslumbrantes da Argentina. Tem uma cor alaranjada por causa dos sedimentos das águas sulfurosas do rio. Debaixo da ponte estão as ruínas de um antigo balneário termal que foi fechado depois de uma inundação e que hoje também estão fechadas por risco de desabamento.

Ponte del Inca está a 2.720 metros de altitude e o ar já começa a faltar.

É uma visita imperdível !!!!

Perto dos Andes...

Para explorar os caminhos das montanhas altas o ideal é se hospedar na cidadezinha de Uspallata que fica entre a precordilheira andina e alguns dos picos mais altos dos Andes. Diz a propaganda que lá estão as melhores opções de hotel e restaurantes da região.

Bem, a oferta não é tão variada assim e depois de procurar por uma cabana e visitar os tres maiores hotéis da cidade optamos pelo maior deles e o que respira história embora hoje esteja um pouco decadente..

Ficamos no Grande Hotel Uspallata que foi construído em 1950 no auge do peronismo e fica numa área verde imensa com vista para as montanhas. O hotel tem os mais largos e compridos corredores que já vi na vida.

Mas o único aborrecimento que passei foi ser acordada no meio da madrugada por um grupo de estudantes que estava hospedado no mesmo andar que o nosso. Os adolescentes não dormiam e resolveram conversar e pular de varanda em varanda às duas da manhã. Tive que sair no corredor e gritar em espanhol: "Silencio, por favor, por que yo necesito dormir". O piti ecoou nos largos corredores e em cinco minutos não tinha mais barulho.

No dia seguinte, soube pelos funcionários do hotel que os professores acordaram e que nos deixaram as devidas desculpas. Mas o melhor foi mudar de andar e quarto e só encontrar os adolescentes no café da manhã.

A propaganda também vende a cidade como local de filme. É que a região se parece tanto com as terras altas da Asia Central que o diretor Jean- Jacques Annaud utilizou as paisagens para fazer o filme SETE ANOS NO TIBET , que tinha Brad Pitt no papel principal.

Caminho das montanhas...

As chamadas Montanhas Altas ficam a pouco mais de 150 quilômetros de Mendoza mas no caminho as paisagens são incríveis.. A primeira atração é um povoado chamado Potrerillos onde estão as melhores áreas para prática dos esportes radicais ( rafiting,trekking, cavalgada, rappel, tirolesa entre outras)..O lugar tem um lago lindo onde desemboca o rio Mendoza que tem os melhores e mais radicais pontos para o rafiting..

Bodegas...

Antes de cair na estrada o circuito do vinho que é imperdível em Mendoza.. Optamos pela zona de Luján de Cuyo que ficava no caminho para as montanhas, o nosso principal objetivo. Para explicar um pouco melhor o circuito vinícola: você encontra ao chegar na cidade extensos guias e pode escolher seis circuitos onde estão mais de 300 bodegas. Difícil é escolher. No nosso caminho ficavam algumas das mais famosas como a Terrazas, Chandon, Septima, Norton, Ruca Malen , Nieto e Catena Zapata onde entramos para visitar.

Catena tem um prédio incrível inspirado numa pirâmide Maia porque o dono da bodega é um aficcionado da cultura maia.

A visão do alto do prédio é fantástica !!!